25/06/2021

Você sabia que já tivemos uma revista impressa chamada “Investidor Profissional”?

A revista foi criada para promover nosso negócio de carteiras administradas

Um cliente de longa data nos mandou essa foto de capas da antiga revista Investidor Profissional.

Lançada em 1989, a revista da IP nasceu com o objetivo de divulgar nosso negócio de carteiras administradas, num mercado onde gestoras de fundos ainda não eram regulamentadas.

Nessa época a IP era um time de 4 pessoas em uma salinha de 25 m² no Centro do Rio. Como qualquer negócio do setor financeiro tocado por pessoas muito jovens e sem track record de performance, a IP teve dificuldade inicial em atrair clientes além do círculo de amigos e familiares.

A solução foi a revista. Enxergávamos uma oportunidade porque nessa época não havia nenhum software de gráficos e cotações.

Nós mesmos construíamos os gráficos da revista a mão: desenhávamos um candle por dia em papel milimetrado.

Nosso principal diferencial era ter gráficos deflacionados. Como a inflação na época superava 20% ao mês, os gráficos dos concorrentes sempre mostravam altas, mas, muitas vezes, o investidor nem percebia que tinha perda real.

Na revista também deflacionávamos os principais números dos balanços trimestrais e anuais das empresas.

Criamos a primeira edição, imprimimos uma cópia e fomos para São Pauloo mostrá-la ao Eduardo da Rocha Azevedo, então presidente da Bovespa.

Azevedo nos disse que se imprimíssemos 20 mil cópias da revista, ele arcaria com o custo de enviá-las aos 20 mil investidores da Bolsa. O problema é que não tínhamos dinheiro para imprimir tantas cópias – mas fizemos 20 mil flyers e a Bolsa distribuiu. Essa ação trouxe nossos primeiros assinantes.

No início nós mesmos também entregávamos as revistas nas bancas do Rio e recolhíamos o encalhe. No auge a tiragem foi de 3.500 exemplares.

A revista não fazia dinheiro, mas a empresa de gestão começava a deslanchar. O fundo IP Participações surgiu em 1993 e já tinha uma certa clientela. Em 1994, o Plano Real controlou a inflação e a revista perdeu seu grande diferencial. Com o surgimento de alguns softwares de Bolsa, em 1995 decidimos acabar com a revista.

À época nossa editora tinha cerca de US$ 10 mil em caixa. Usamos o dinheiro para reembolsar os assinantes que ainda tinham edições a receber.

O IP Participações foi o primeiro fundo de ações lançado por uma gestora independente no Brasil e rende mais de 23.000% desde o Plano Real.

 

A história do fundo fica para um próximo post.